quarta-feira, 29 de setembro de 2010

PROBLEMAS E DECISÕES



O cérebro humano é, sim, uma das grandes maravilhas da natureza. Bilhões e bilhões de neurônios conectados que trabalham em rede para resolver os intricados dilemas da sobrevivência. Sentidos, movimentos, sentimentos, criatividade, pensamento lógico e a incrível capacidade de sonhar, todos os atributos do cérebro, sobre o qual repousa o poético conceito da mente, da qual emerge a essência da dignidade do ser. Mas esta maravilha não nasce pronta, depende do aprendizado para evoluir, precisa de estimulo para reagir e espera a idade para construir a sabedoria.
Essa é a capacidade que nos transforma em seres capazes de encarar e resolver problemas cada vez mais complexos e tomar decisões cada vez mais acertadas. E é extremamente na proporção direta dessas duas qualidades é que passamos a ser reconhecidos como gente valiosa, especialmente no mundo do trabalho. Resolver problemas é um talento fundamental em que a sociedade cada vez mais complexa e sofisticada, mas nem de longe é uma qualidade inata, um dom divino, antes é uma competência que pode e deve ser desenvolvida. Tomar decisões também, pois é uma variante da solução de problemas. Quem decide talvez não acerte, mas quem não decide já errou, a não ser que se posicione como um seguidor.
Problemas são inerentes à vida, negá-los é negar-se a participar, esconder-se deles é covardia. Mas não é a bravata que os encara e resolve, e sim a inteligência, a competência mental que nos habilita a produzir apesar das dificuldades. “Um problema é a maneira que a matemática encontrou para fazer a inteligência sorrir”. Hoje, sempre que estou diante de um problema de qualquer natureza sorrio.
Na vida moderna, sobram problemas para todos, menos para os que desejam levar uma vida com poucos desafios, livre de sobressaltos e sem conquistas. E olhe lá! Lembre-se que em uma existência plena e dinâmica, percalços é parte integrante. Tudo que fazemos na vida tem um grau de dificuldade. Abrir uma empresa, conquistar mercado, efetuar uma venda, fazer um churrasco, montar uma equipe de trabalho, fritar um ovo. Tudo é difícil, até que aprendemos a fazer. Então fica fácil.
A dificuldade não esta na dificuldade em si, e sim na desproporção e entre tal dificuldade e a competência que você tem para resolvê-la. Então, escolha: para lidar melhor com os problemas você pode diminuir a dificuldade deles, fazendo coisas mais simples, menos complexas, ou você pode aumentar sua competência para resolver tais problemas diminuindo, assim sua dificuldade.
Se você se queixa dos problemas que tem que resolver, deveria estar questionando duas outras coisas; sua incompetência para evitar o aparecimento deles e sua fraqueza para enfrentá-los. No fundo, um problema representa uma questão existencial. E é exatamente nossa postura diante dos fatos da vida que ajuda os demais a construírem a visão que têm de nós.